segunda-feira, 13 de maio de 2013

Afinal, quais as características do amor de Deus?


A palavra "amor", nos dias atuais, perdeu completamente o sentido. Se antes o termo era usado para caracterizar o sentimento de afeição, misericórdia e compaixão pelo outro, hoje é, por diversas vezes, confundido com a paixão carnal, o desejo de posse, à sexualidade e o pecado. 

São João, no entanto, restaura o seu real significado ao definir o Pai, de forma sucinta, da seguinte maneira: Deus é amor. (1 João 4; 8). Como complemento, Paulo, em sua Primeira Carta aos Coríntios, declara e prega no centro do Evangelho o mandamento do amor, quando afirma: "Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos, se eu não tivesse o amor, seria como sino ruidoso ou como címbalo estridente. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu não seria nada. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, nada disso me adiantaria. O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência também desaparecerá. Pois o nosso conhecimento é limitado; limitada é também a nossa profecia. Mas, quando vier a perfeição, desaparecerá o que é limitado. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei adulto, deixei o que era próprio de criança. Agora vemos como em espelho e de maneira confusa; mas depois veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas depois conhecerei como sou conhecido. Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor".

Notemos que acima de todos os dons prevalece o amor, o qual deve ser almejado por cada um de nós. O amor é a causa de um comportamento genuinamente humano, pois leva-nos a distinguir as situações e a criar expressões favoráveis, capazes de responder apropriadamente aos problemas. Os outros dons dependem do amor, não podem substituí-lo, e sem ele nada valem. O amor é a força de Deus e do seu aliado. É a fortaleza que mantêm o testemunho. O amor é eterno e supera tempo e espaço, porque é a vida do próprio Deus, da qual o cristão participa. É maior do que a fé e a esperança, que nele estão contidas.


Características do amor de Deus: Exemplos Bíblicos

1. Paciente: "Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, me dá a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu, e partiu para um lugar distante. E aí esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome nessa região, e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para a roça, cuidar dos porcos. O rapaz queria matar a fome com a lavagem que os porcos comiam, mas nem isso lhe davam. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome... Vou me levantar, e vou encontrar meu pai, e dizer a ele: - Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’. Então se levantou, e foi ao encontro do pai.
Quando ainda estava longe, o pai o avistou, e teve compaixão. Saiu correndo, o abraçou, e o cobriu de beijos. Então o filho disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Depressa, tragam a melhor túnica para vestir meu filho. E coloquem um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Peguem o novilho gordo e o matem. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’. E começaram a festa.
O filho mais velho estava na roça. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados, e perguntou o que estava acontecendo. O criado respondeu: ‘É seu irmão que voltou. E seu pai, porque o recuperou são e salvo, matou o novilho gordo’. Então, o irmão ficou com raiva, e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua; e nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que devorou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho gordo!’ Então o pai lhe disse: ‘Filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. Mas, era preciso festejar e nos alegrar, porque esse seu irmão estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’." - Lucas 15; 11-32.

> O amor de Deus é paciente, espera com calma, tolera os nossos erros e acredita na mudança do homem. 

2. Pessoal: "Agora, porém, assim diz Javé, aquele que criou você, Jacó, aquele que formou você, ó Israel: Não tenha medo, porque eu o redimi e o chamei pelo nome; você é meu. Quando você atravessar a água, eu estarei com você e os rios não o afogarão; quando você passar pelo fogo, não se queimará e a chama não o alcançará, pois eu sou Javé seu Deus, o Santo de Israel, o seu Salvador. Para pagar a sua liberdade, eu dei o Egito, a Etiópia e Sabá em troca de você, porque você é precioso para mim, é digno de estima e eu o amo; dou homens em troca de você, e povos em troca de sua vida. Não tenha medo, pois eu estou com você. Lá no oriente vou buscar a sua descendência, e do ocidente eu reunirei você". - Isaías 43; 1-5.

> O amor de Deus é de cunho pessoal, conhece o íntimo de cada ser, sonda de forma particular o coração humano.

3. Predileção: "Se um de vocês tem cem ovelhas e perde uma, será que não deixa as noventa e nove no campo para ir atrás da ovelha que se perdeu, até encontrá-la? E quando a encontra, com muita alegria a coloca nos ombros. Chegando em casa, reúne amigos e vizinhos, para dizer: ‘Alegrem-se comigo! Eu encontrei a minha ovelha que estava perdida’. E eu lhes declaro: assim, haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão". - Lucas 15; 4-7.

> O amor de Deus é um amor de predileção, que nos escolhe sem que mereçamos a eleição, que nos encontra e nos toca de uma forma diferente, dando-nos esperança e mostrando que está (e esteve) sempre conosco. 

4. Apaixonado: "Era eu mesmo, por minha conta, quem acabava limpando suas transgressões e não me lembrava mais de seus pecados". - Isaías 43; 25.

> O amor de Deus é apaixonado, releva e perdoa os pecados do homem, por mais perversos que sejam, e mostra o caminho correto a ser seguido, mesmo tendo conhecimento da natureza humana, inclinada a falhas. 

5. Misericordioso: "Se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, será que não acende uma lâmpada, varre a casa, e procura cuidadosamente, até encontrar a moeda? Quando a encontra, reúne amigas e vizinhas, para dizer: ‘Alegrem-se comigo! Eu encontrei a moeda que tinha perdido’. E eu lhes declaro: os anjos de Deus sentem a mesma alegria por um só pecador que se converte". - Lucas 15; 8-10.

> O amor de Deus é misericordioso, mais forte que o pecado, e permite abertamente que o sintamos em nossas vidas; porém, somente sobre aqueles que reconhecem os próprios erros cai suas bençãos. 

6. Eterno: "E nós reconhecemos o amor que Deus tem por nós e acreditamos nesse amor. Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele". - 1 João 4; 16.

> O amor de Deus é eterno, manifestado desde o início dos tempos, expresso no cotidiano do homem de variadas formas e prometido para além desta vida terrena. 


Criação:14/05/2013 - Objetivo: O Caminho de Jerusalém

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